Recentemente, os três catálogos foram reunidos num só livro de luxuoso acabamento, facilitando assim não apenas a consulta aos pesquisadores e interessados no assunto, como também levando ao conhecimento do público em geral a importância desse nosso valioso patrimônio.
Assim, ilustrado por belíssimas fotografias, um dos capítulos do Inventário do Patrimônio Azulejar do Maranhão relaciona todos os modelos de azulejos encontrados em nossa cidade. São oito páginas (419 a 427) dedicadas à azulejaria vianense, nas quais se destaca o sobrado amarelo e a fachada da antiga residência do Sr. Estrelinha (Rua Antônio Lopes, 544), esta última por apresentar um padrão de estampilha somente localizado em Viana.
Uma falha grosseira da publicação ficou por conta da compilação do texto do catálogo original sem a necessária revisão. Desse modo, repetiram-se os mesmos equívocos anteriores como, por exemplo, apontar o ano de 1709 para a chegada dos jesuítas e dizer que Viana foi a “outrora terceira cidade mais importante da Baixada Maranhense”.
Na verdade, a missão jesuítica de N. S. da Conceição do Maracu foi instalada em 1683 e a partir da segunda metade do século 19, depois de São Luís e Alcântara, já éramos a terceira cidade mais importante do Estado e a primeira da Baixada.
Painéis no Centro de Criatividade Odílio Costa Filho, em São Luís,
e Rosana Oliveira, que acompanhou a equipe técnica em Viana
Lapsos históricos à parte, além do importante trabalho de catalogação dos azulejos maranhenses (abrangendo suas origens, modelos e técnicas de fabricação), o livro almeja chamar a atenção dos proprietários de imóveis azulejados e administradores municipais das cidades históricas para a grande importância da valorização e preservação dessa rica herança dos nossos antepassados portugueses.
No caso particular de Viana, urge que as autoridades constituídas (prefeito, vereadores e secretários de cultura e turismo, principalmente) se sensibilizem com a questão, a fim de poderem incluir, em suas pautas de trabalho, ações concretas que visem a preservação dos poucos e valiosos imóveis azulejados da cidade.