AVL PRESENTE NO ANIVERSÁRIO DE 260 ANOS DE FUNDAÇÃO DE VIANA

Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro

(Presidente da Academia Vianense de Letras).

 

Viana é a quarta cidade mais antiga do Estado do Maranhão e teve sua origem na aldeia Guajajara de Maracu. Seu povoamento se inciou em 1683, às margens do Lago Maracu, quando os jesuítas fundaram a Missão Nossa Senhora da Conceição do Maracu. Posteriormente, em 8 de julho de 1757, elevada à categoria de Vila, a “Vila de Viana”, em homenagem à cidade portuguesa de Viana do Castelo.

A Vila de Viana foi instalada em 8 de julho de 1757, sob o reinado de D. José I, Rei de Portugal, e sob o governo de Gonçalo Pereira Lobato e Sousa, governador da Capitania do Maranhão. Ao ser fundada, a Vila de Viana possuía 300 habitantes. A organização política era regida pelo direito português, com direção da Câmara, que acumulava as funções administrativa, judicial, fazendária e polícia.

A Vila alcançou o status de cidade na data de 1855, através da Lei Provincial nº 377, datada de 30 de junho, atingindo, cinco anos depois, a população de mais de oito mil habitantes. A cidade alcançou o apogeu comercial em meados do século 19, principalmente em decorrência da lavoura do algodão, arroz, milho e mandioca. Todavia, a partir do início do século 20, Viana enfrentou um gradativo declínio econômico, notadamente em face da queda da exportação do algodão, da abolição da escravatura e do crescimento dos transportes ferroviário e rodoviário.

Na cultura, o município possui uma tradição rica e marcante na história do Maranhão, com destaque para inúmeras personalidades ilustres, a exemplo dos patronos da Academia Vianense de Letras: Antônio Lopes (Cadeira nº 1); Edith Nair Furtado da Silva (Cadeira nº 2); Astolfo Serra (Cadeira nº 3); Sálvio Mendonça (Cadeira nº 4); Padre Manoel Arouche (Cadeira nº 5); Temístocles Lima (Cadeira nº 6); Frei Antônio Bernardo da Encarnação e Silva (Cadeira nº 7); Padre João Mohana (Cadeira nº 8); Dilú Mello (Cadeira nº 9); Estêvão Carvalho (Cadeira nº 10); Raimundo Lopes (Cadeira nº 11); Celso Magalhães (Cadeira nº 12); Nilton Aquino (Cadeira nº 13); Travassos Furtado (Cadeira nº 14); Anica Ramos (Cadeira nº 15); Miguel Dias (Cadeira nº 16); Onofre Fernandes (Cadeira nº 17); Manuel Lopes da Cunha (Cadeira nº 18); Ozimo de Carvalho (Cadeira nº 19); Dom Francisco Hélio Campos (Cadeira nº 20); Faraíldes Campelo da Silva (Cadeira nº 21); Egídio Rocha (Cadeira nº 22); João de Parma (Cadeira nº 23); Enedina Brenha Raposo (Cadeira nº 24); Raimundo Nogueira (Cadeira nº 25); Padre Constantino Vieira (Cadeira n° 26); Josefina Cordeiro Cutrim (Cadeira n° 27); Raimundo de Castro Maya (Cadeira n° 28); Padre Eider Silva (Cadeira n° 29); Zeíla Lauleta (Cadeira n° 30); Dom Hamleto di Angelis (Cadeira n° 31); Benedita Balby (Cadeira n° 32).

A bandeira de Viana, símbolo maior do município, é de autoria do patrono da Academia Vianense de Letras João de Parma Montezuma da Silva, sendo criada através da Lei Municipal nº 112, de 7 de fevereiro de 1919, possuindo as cores branca, azul e verde, representando, assim: “a branca, a limpidez das águas do nosso formoso lago; a verde, a cor dos nossos belíssimos campos; e azul, a cor do céu”.

O escudo do Município também foi idealizado por um patrono da AVL, o pintor Nilton Aquino, sob encomenda do então presidente da Câmara Municipal de Viana, Ozimo de Carvalho, sendo oficializado por decreto do então prefeito Luís de Almeida Couto, conforme o artigo 284 da Lei nº 19 de 7 de setembro de 1949. O desenho original recebeu uma nova roupagem colorida pelo pintor vianense Moisés Pereira.

A parte superior do escudo possui moldura de paisagens de Viana. No centro, um índio Guajajara. Do lado direito, a antiga Missão Nossa Senhora da Conceição do Maracu. Na parte inferior, do lado esquerdo, encontra-se um engenho de açúcar. Do lado direito, a representação da agricultura moderna e produtiva, simbolizada pelo trator arando a terra. Na base do escudo, o babaçu e o arroz, riquezas da região.

Viana, assim como São Luís, Alcântara, Carolina e Caxias, possui patrimônio histórico tombado pelo Estado, através do Decreto Estadual nº 10.899, de 17 de outubro de 1988, porém, com o passar dos anos, Viana vem sofrendo intensa dilapidação do seu patrimônio arquitetônico, com alguns prédios em ruínas e até demolidos, como a casa de Ozimo de Carvalho, hoje existente apenas o terreno que é objeto de doação pela Prefeitura Municipal à AVL, para construção preservando os moldes arquitetônicos originários.

Em 2015, Viana foi eleita a 4ª melhor cidade de pequeno porte para viver no país, segundo a edição especial da revista “ISTO É” que traz o ranking “As melhores cidades do Brasil 2015”, que analisa um conjunto de indicadores nas áreas fiscal, econômica, social e digital. Viana se destacou no item “mercado de trabalho”.

O turismo também é um atrativo da cidade, uma vez que Viana possui uma paisagem única que contempla planície de campos, espelhos de água cristalinas de lagos, enseadas, rios, igarapés, além de morros, ilhas e ilhotas.

Segundo dados do IBGE, em 2016, Viana possuía a população estimada em 51.503 habitantes, porém esse crescimento populacional ocorreu sem o devido planejamento urbano, merecendo, por isso, a Cidade de Viana uma atenção especial da sociedade.

Nesse viés, a Academia Vianense de Letras consolidou o desenvolvimento de atividades básicas e primordiais de defesa da cultura e de valorização de nossa Cidade, inclusive desenvolvendo ações em defesa do meio ambiente (incluindo questões relevantes à sociedade vianense, como, entre outras, a perenidade dos lagos e a pesca na região) e do patrimônio histórico, dando sua contribuição para a recuperação de obras religiosas e da Igreja da Matriz.

E, assim, a Academia Vianense de Letras tem se feito presente na cidade, aproximando-se cada vez mais da população e contribuindo, especialmente, nas áreas da Educação e Cultura, a exemplo do Convênio de Cooperação Técnica firmado com o Executivo Municipal, Prefeito Magrado Barros, na Sessão Solene Comemorativa dos 15 anos da Academia, bem como tantas outras ações que serão realizadas no biênio, em cooperação técnica.

A AVL participará, apoiando o Município de Viana, da Marcha Cultural, a realizar-se na próxima sexta-feira, dia 7 do corrente mês, a partir das 16 horas, quando, no Parque Dilú Melo, serão desenvolvidas várias apresentações culturais envolvendo os estudantes da rede pública municipal de Viana, abrangendo também as escolas públicas da zona rural. Finalizando, assim, o Projeto da Semana da Arte Moderna, da Secretaria Municipal de Educação/Cultura.

Temos muito a comemorar no próximo dia 8 de julho, data em que serão celebrados os 260 anos de fundação de Viana.

Nessa data esperamos receber a sanção pelo Executivo Municipal do Projeto de Lei nº 013/2017, aprovado pela Câmara Municipal por unanimidade, autorizando a doação à Academia Vianense de Letras do terreno localizado na Rua Professor Antônio Lopes, local em que morou o patrono Ozimo de Carvalho. Onde, em breve, será construída e instalada a sede da AVL.

São muitos os desafios a serem vencidos. E acreditamos que com a parceria firmada com o Executivo Municipal, somaremos forças para impulsionar a cada dia o desenvolvimento da cultura no Município de Viana.