Maio e suas Marias
O mês de maio traz consigo um sentimento especial, pois é dedicado às mães, às mulheres, às Marias. No Brasil, comemora-se o Dia das Mães no segundo domingo do mês de maio, celebração que foi oficializada em 05 de maio de 1932, através do Decreto nº 21.366, emitido pelo então Presidente Getúlio Vargas.
Neste ano de 2020, ele foi comemorado no dia 10 de maio, e, para muitos filhos e mães, foi uma data cuja celebração deu-se de maneira atípica, uma vez que o mundo enfrenta a pandemia do covid-19, o que tem distanciado muitos abraços, e alguns, até por toda a vida, pois muitas vidas já foram abreviadas em razão dessa doença.
E diante desse cenário, homenageamos tantas mulheres especiais na vida de cada um de nós, em que, de uma maneira ou de outra, todos temos nossa mãezinha, aquela que nos gerou em seu ventre ou aquela que nos acolheu em seu coração, nos escolhendo como filhos e filhas. Há aquelas que intercedem por nós lá do céu, e que são verdadeiros anjos da guarda.
Para os católicos, o mês torna-se mais especial ainda ao homenagear a mãe de Deus, Maria, a eleita por Ele para gerar o seu filho, Jesus Cristo.
Sob os mais diferentes títulos, a Virgem Maria é reverenciada em todo o mundo e, no Brasil, temos como padroeira, Nossa Senhora Aparecida.
Hoje, 13 de maio, também é uma data especial para os católicos, pois, no ano de 1917, nessa mesma data, na cidade de Fátima, em Portugal, na Cova da Iria, Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, e disse: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”(Memórias da Ir. Lúcia).
Inegável que a figura feminina, especialmente aquela edificada pela maternidade, representa o sentido maior da humanidade quando personificada em tantas vidas, tantas histórias, tantas realidades, tantas memórias.
Não se findam aqui, nesse registro, os significados da mulher mãe, posto que seria impossível alcançar com palavras toda a delicadeza e bravura de cada uma e de todas elas, mas dedicamos a elas, com carinho, algumas poesias, de autoria das acadêmicas Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro (Cadeira nº 12; Patrono: Celso Magalhães) e Laurinete Costa Coelho (Cadeira nº 34; Patrona: Maria Antônia Gomes Costa), alusivas a este ser tão especial, Mãe.
As poesias “Perfil de mãe” e “Mãe eternidade”, de autoria da acadêmica Presidente da AVL, Fátima Travassos, integram a sua mais recente e inédita obra, “Introspecção”, que será lançada em breve.
PERFIL DE MÃE
Neste dia dedicado a nós, mães
Traço o perfil de ser mãe
Sacrifício
Contentamento
Renúncia
Participação
Desespero
Sorriso na face
Angústia
Alegria e Amor.
Preocupação
Pelo dia que amanhece
Pelas incertezas.
A temerosidade da guerra
Da bomba atômica
Que desagrega o homem
A inflação
Que corrói as aspirações das mães
Dos filhos e dos pais.
Quero ter a tua força
A coragem para plantar e colher
Tantas sementes, flores e frutos
Que a vida te coroou.
Tu, espelho meu
De fibras cristalinas
Transparente de otimismo
A tua sensibilidade
Na captação dos anseios
De teus filhos.
Ventre amigo e piedoso
A rosa-maior do meu jardim
A rosa-mãe da rosa
Que hoje te abraça
Com seu botão
Nesta poesia, a ti ofertada.
Virgem-Maria!
Proteja minha Mãe Querida
E todas as Mães do Brasil!
Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro
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MÃE ETERNIDADE
Mãe, ao tempo em que
Nas horas de angústia
Chamar por ti
Soava como melodia
Na poesia.
Hoje, sem a tua presença
Sinto a dor daquela partida
Quando pela última vez
Sofrida
Chamei por ti, mamãe!
Mãe eternidade
Agora ouço vozes
Chamando-me de mãe
Aflita, corro
Como tu corrias, Mãe
Ao encontro de tua filha querida.
Mãe, tu partiste tão cedo
Quando dei conta de mim
Já não existia.
Mas conforta-me saber
Que o tempo em que viveste comigo, mãe
Plantaste todo bem que sou.
Ah mãe!
É grande a dor da Saudade
Às vezes, vou ao teu encontro
Porém não mais te encontro.
O plano de Deus
Te levou aos céus,
E eu, aqui, na terra,
Frágil pela tua ausência
Ponho-me a chorar.
Choro por sentir saudades
Choro por não poder
Te chamar, mamãe.
Choro pela falta daquela
Companhia amiga
Choro por não poder mais
Brincar contigo
Com respeito, admiração,
Muito carinho, amor e gratidão.
A tua face, teu corpo, teu cheiro
Ainda vive comigo
Presente estás em minha vida
Porque eterna és tu, mãe!
Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro
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Cordel de Homenagem “Todas as mães são as mesmas filhas de Deus”, da acadêmica da AVL, Laurinete Costa Coelho