Resultado da forte invasão da água salina ocorrida no final de 2015, a pesca do camarão tem sido frequente no lago de Viana nas últimas semanas.
O fenômeno da entrada da água do mar no ambiente lacustre, conhecido como “maré salobra”, já remonta a longas datas. Mais fracas ou mais fortes, nas três últimas décadas elas se tornaram quase costumeiras. No final do ano de 1981 e início de 1982 foi registrada uma das mais fortes invasões, quando várias espécies marinhas, a exemplo do camarão, apareceram em quantidade no lago de Viana.
No entanto, o que agora se presencia parece indicar que neste ciclo de 2015/16, a invasão da maré salina foi muito superior a dos outros anos, fato que pode ser comprovado pela expressiva quantidade de camarão capturado pelas redes dos pescadores vianenses e revendido nas feiras da cidade.
Embora tenha aquecido a pesca local, o fato não deixa de ser preocupante. Segundo o professor José Raimundo Franco (mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas pela UFMA), considerando-se que não foram tão fortes as marés provocadas pelos primeiros ciclos lunares (que trouxeram os fluxos iniciais salobros em outubro de 2015), a única explicação para a grande invasão da maré salobra se deve ao reduzido volume hídrico do lago de Viana na última estiagem. Nessa linha de raciocínio, certamente as plantações de arroz, com sua alta capacidade de assoreamento, podem estar provocando este diferencial de armazenamento de água, o que impede o lago de suportar a força da maré salobra, conclui o professor.
Camarão revendido nas feiras vianenses