Músicos vianenses

Em reconhecimento ao talento e trabalho da classe dos músicos, na reunião solena do dia 18 de novembro de 2006, a Academia Vianense de Letras prestou merecida homenagem a todos esses profissionais do presente e do passado que não mediram esforços para dignificar o nome da música vianense.

Como representante de todos os músicos da terra, o Sr. Astolfo Costa Amorim recebeu a placa “Honra ao Mérito Vianense”, ofertada pela Academia Vianense de Letras. O acadêmico José Antonio Castro proferiu o discurso de saudação aos músicos presentes.

Leia abaixo um breve histórico sobre a música vianense:

A música sempre esteve presente na História de Viana. Em alguns momentos com maior intensidade e destaque, em outros, de forma mais discreta.

Para se ter uma ideia, no ano de 1866, o Almanak do Maranhão já registrava que, no setor de artes e ofícios, a cidade de Viana dispunha de 9 alfaiates, 9 carpinteiros, 2 ferreiros, 11 ourives, 4 marceneiros, 3 serralheiros, 7 sapateiros e 21 músicos. Prova inconteste que 150 anos atrás, a profissão de músico já era a mais difundida no seio da coletividade local.

Em épocas mais recentes (do começo à metade do século XX), a cidade produzia tão grande contingente de profissionais da música que chegava a exportá-los, às dezenas, para a capital e outros centros culturais mais desenvolvidos. Maestros conceituados formavam levas de jovens músicos a cada nova geração e compositores renomados esbanjavam talento em composições dos mais diversos gêneros.

Nos últimos tempos – e isso é notório – esses profissionais não foram tão valorizados e estimulados como no passado mais remoto. Mesmo assim, seus instrumentos musicais – fossem eles de sopro, corda ou percussão – não deixariam de estar presentes nos momentos festivos da coletividade. Com seus acordes sonoros e melodiosos, esses profissionais da arte musical nunca deixaram de embalar os sonhos de progresso e felicidade do povo vianense, ao longo desses dois séculos e meio de caminhada.

Embora esmaecida, graças ao trabalho e perseverança de um pequeno grupo, a música vianense não se extinguiu completamente. Nas últimas décadas, com pouco ou quase nenhum apoio efetivo, mas por desvelado amor a arte, João Lobato, Tarcísio Neves Gaspar, Astolfo Costa Amorim e alguns companheiros tentam passar, às novas gerações, a familiaridade com as notas musicais que fizeram deles e de tantos outros excelentes profissionais.

É preciso entender que só com o apoio de todos – poder constituído e coletividade – o trabalho abnegado desses profissionais poderá gerar frutos (em quantidade e qualidade) capazes de resgatar, num futuro breve, a tradição da nossa boa música, elevando-a ao seu verdadeiro patamar. Somente assim Viana reconquistará, definitivamente, o título de “Cidade dos Músicos”.