Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz

Por recomendação médica, o casal Raimundo Antonio Mendonça (Catu) e Iracema Gouveia Mendonça viajou para São Luís, a fim de aguardar a chegada de filhos gêmeos, portanto frutos de um parto considerado de risco para a mãe. Foi assim que Pollyanna e sua irmã Priscylla nasceram na capital maranhense, no dia 18 de março de 1983.

Entretanto, apenas três dias após o nascimento, as duas meninas já estavam em Viana com os pais orgulhosos, onde passariam toda sua infância acompanhadas pelos demais familiares, entre eles os avós Maria do Socorro e João Gouveia.

Alfabetizada aos quatro anos pela professora leiga Joana Costa, Pollyana estudou no Centro Educacional Cenecista Professor Antonio Lopes e na Escola Monteiro Lobato. Desde muito pequena já manifestava grande inclinação para a literatura, o que era muito incentivado pelos seus pais. Em 1991 a família transferiu-se para São Luís, quando Pollyanna passou a estudar no Colégio Dom Bosco.

Em julho do ano 2000, Pollyanna ingressou como 1ª colocada no vestibular para o curso de História Licenciatura Plena na Universidade Federal do Maranhão UFMA, concluindo a graduação em 2004. No mesmo ano ingressou no Mestrado em História na Universidade Federal Fluminense UFF. Em 2007, ano em que defendeu o Mestrado, Sacrílegas Famílias: conjugalidades clericais no bispado do Maranhão no século XVIII, sob a orientação do prof. Dr. Ronaldo Vainfas, teve sua pesquisa nacionalmente reconhecida em matéria de página inteira na coluna Ciência e Históriado jornal O Globo.

Ainda cursando o Mestrado, em 2006, a jovem historiadora foi aprovada na seleção para o Doutorado na mesma instituição. Entre outubro de 2008 e abril de 2009 fez estágio de Doutoramento em arquivos e bibliotecas portuguesas notadamente em Lisboa e Coimbra e esteve sob a supervisão do renomado pesquisador de história religiosa, Dr. José Pedro Paiva da Universidade de Coimbra. Em 2011, defendeu tese intitulada Parochos imperfeitos: Justiça Eclesiástica e desvios do clero no Maranhão colonialsendo aprovada com louvor e distinção. A tese foi publicada em formato de livro em 2017 sob o título Réus de Batina: Justiça Eclesiástica e clero secular no bispado do Maranhão colonial(São Paulo: Alameda-EDUFMA)

Embora não traga em seus documentos a naturalidade vianense, Pollyanna sempre se considerou como tal e por esse motivo jamais deixou de se interessar pela história de Viana. Desde 2008, ela desenvolve uma pesquisa sobre a vida do engenheiro e industrial Raymundo de Castro Maya, tanto é que a AVL elegeu a historiadora para ocupar a cadeira de número 28, patroneada pelo próprio Castro Maya. Pollyanna pesquisa ainda o inventário de cartas, poemas e documentos deixados pelo poeta Juca Gouveia, seu bisavô. Um livro que começou a escrever aos 17 anos sobre as memórias de seu pai, o qual ainda pretende publicar, também destaca a história da cidade sob a perspectiva da memória individual.

A titular da cadeira n° 28 da AVL já tem uma carreira consolidada na área de história religiosa e da instituição eclesiástica, dentro e fora do país. Ao todo são 5 livros publicados, sendo o mais recente Estruturas e vivências na modernidade: Sefarditas, intelectuais, religiosos e Inquisição, de 2020, publicado em Lisboa em co-organização com Angelo Assis, Yllan de Mattos e Susana Mateus. Apresentou até o momento 51 trabalhos em palestras, congressos, simpósios temáticos e mesas redondas. Em seu currículo constam também 16 capítulos publicados em livros por editoras do Brasil e do exterior. Pollyanna tem ainda numerosos artigos publicados em periódicos especializados e textos em jornais. Realizou com o grupo de docentes do curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA viagens de cooperação internacional em Cabo Verde e Moçambique. Coordenou e coordena pesquisas com financiamento do CNPq e da FAPEMA desde 2012.

Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz leciona no magistério superior desde os 21 anos, quando compôs o quadro de professores de História da Universidade Estadual do Maranhão no Programa de Qualificação de Docentes-PQD, vínculo encerrado em 2008. Ministrou aulas em cursos de Pós-Graduação latu sensu em 2008 e, no mesmo ano, foi Coordenadora da Pesquisa Histórica do Museu da Gastronomia do Maranhão através da SEMTUR. Em 2010 foi aprovada em concurso público para a Universidade Federal do Maranhão, campus de Imperatriz, transferindo-se depois para o campus de Pinheiro e atualmente é professora Associada na UFMA de São Luís e membro do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHis) onde orienta trabalhos de Mestrado e Doutorado.

Em setembro de 2011, a jovem doutora casou-se com o advogado João Muniz Pereira Júnior e em 2015 tornou-se mãe de Maria Laura Mendonça Muniz.

Por Luiz Alexandre Raposo (Atualizado por Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz em 2021)