Aristides Simas Coelho de Sousa

Ex-titular da Cadeira n° 20 da AVL, o advogado, escritor e poeta, Aristides Simas Coelho de Sousa, faleceu em São Luís, aos 90 anos, no dia 14 de janeiro de 2013.

Nascido em Viana, no dia 10 de agosto de 1922, era o primogênito do casal, Levi Coelho de Sousa e Catarina Simas Coelho de Sousa, tendo recebido na pia batismal o nome de Aristides, em homenagem ao avô paterno, o famoso advogado Aristides Augusto Coelho de Sousa.

Como todo menino de sua época foi matriculado no Grupo Escolar Estêvão Carvalho, onde concluiria o curso primário, depois de passar pelo crivo de célebres professoras vianenses como Faraíldes Campelo, Edith Nair, Benedita Balby e Zeíla Cunha Lauleta.
Aos 12 anos, o garoto foi encaminhado para São Luís, a fim de prestar exame de admissão ao ginásio, no Colégio Ateneu Teixeira Mendes. Aprovado, tornou-se aluno interno dessa instituição de ensino maranhense que, em 1935, funcionava num sobrado da Rua Herculano Parga, em frente ao atual Convento das Mercês. Na série seguinte, transferiu-se para o Colégio de São Luís, concluindo ali o curso ginasial.
Do tempo feliz e despreocupado de estudante, ficariam perpetuadas na memória do jovem Aristides as férias escolares passadas em Viana, quando tinha oportunidade de retornar ao aconchego familiar e de desfrutar os prazeres próprios da juventude: a tradicional queima de fogos do boi, no final de junho, que acontecia na esquina de sua casa; a prestigiada festa de N. S. da Conceição, no largo da Matriz, ou os animados e inesquecíveis bailes de carnaval.
Em 1940, aos 18 anos, Aristides embarcou para a Bahia com o propósito de preparar-se para o ingresso na Universidade. O pai queria que ele cursasse Medicina, mas a carreira jurídica já lhe despertava maior interesse. Em Salvador, porém, os planos de estudos seriam adiados por um bom período, em conseqüência do início da II Guerra Mundial e por ter sido sorteado, naquele ano, como um dos rapazes vianenses a servir o Exército. Do 24º BC partiu a ordem para que se apresentasse no 19º BC, já que o jovem maranhense se encontrava estudando na capital baiana.
O então adolescente vianense escapou por pouco de não ser enviado para a Europa, como um dos milhares de recrutas que o Brasil enviaria para o centro do conflito mundial. A aprovação para o CPOR (Centro de Preparação de Oficiais de Reserva), e o conseqüente estágio na vizinha Aracaju, o livraram da lista do 3º escalão de soldados da histórica Força Expedicionária Brasileira, a embarcar para a Itália.
Em 1947, portando a patente de 2º Tenente, Aristides retornava a São Luís para logo depois prestar concurso ao Banco do Estado do Maranhão. Em 08/12/1960, depois de graduar-se em Direito, assumiu o cargo de advogado do BEM. Nesse meio tempo ingressou na carreira do magistério, ministrando aulas de Matemática e Direito Comercial no antigo Centro Caixeiral. O currículo desse imortal vianense inclui ainda passagens pelo Banco da Amazônia (quando trabalhou como advogado na capital do Estado de Roraima, Porto Velho, e no interior do Maranhão) e a direção da Comarco – Companhia Maranhense de Colonização de Terra (atual Iterma) – durante o governo Nunes Freire. Na gestão seguinte, foi nomeado pelo Governador João Castelo como Juiz Auditor da Justiça Militar, quando então se aposentou, pela compulsória, aos 70 anos de idade.
Casado, desde 1948, com a senhora Regina Célia da Costa Sousa, tonou-se viúvo dois anos antes de falecer.  Autor do livro “Exortação”,  no qual reuniu sonetos e discursos de sua autoria, Aristides Simas Coelho de Sousa era  membro também da Academia Maçônica Maranhense.

Por Luiz Alexandre Raposo