ISABEL SEREJO SOUSA

ISABEL SEREJO SOUSA

Isabel Serejo Sousa nasceu na cidade de Cajari, então conhecida como Barro Vermelho, em 6 de outubro de 1910. Em 1933, mudou-se para Viana, onde ficou até sua morte, ocorrida em 20 de outubro de 1982, aos 72 anos de idade. Era filha de Raimundo Nonato Serejo e Inês Rocha Serejo.

Ao concluir o curso primário, não se conformou com a perspectiva de parar os estudos e levou seu ideal aos pais. Naqueles idos do início do século passado, partindo de uma mulher, tal determinação era uma verdadeira ousadia, principalmente pelas dificuldades que existiam na época, como transporte e hospedagem. Ademais, o casal Raimundo Nonato e Inês tinham 15 filhos. Mas a insistência da filha, então com 16 anos, a mais frágil de todas, venceu a resistência paterna.

O êxito dos seus esforços efetivou-se no dia 10 de dezembro de 1931, quando a jovem concluiu o curso de Farmácia, na Escola de Farmácia e Odontologia do Maranhão, uma das poucas e conceituadas dessa área existente no Brasil. No Maranhão, até o fim dos anos 40, só havia duas faculdades: a de Direito e a de Farmácia.

Depois de formada, Isabel Serejo trabalhou na cidade de Parnaíba-PI, em uma farmácia pertencente aos parentes do escritor Humberto de Campos, voltando, depois, para o Maranhão. Em 1933, realizou seu propósito idealizado desde a faculdade: abrir uma farmácia em Viana.

Com apoio financeiro do pai, Isabel, acompanhada da irmã enfermeira, Maria Serejo, mudou-se para Viana, onde abriu uma farmácia, situada inicialmente na praça da Prefeitura, que logo ganharia a simpatia e aceitação da população local.

Como farmacêutica, Isabel Serejo prestou relevantes serviços à sociedade vianense, principalmente para as pessoas mais pobres que a procuravam em busca de uma receita para seus males, pois ocorria de a cidade ficar muito tempo sem médico. Além disso, ao lado de Ozimo de Carvalho, seu amigo e colega de profissão, elaborava os laudos necessários para os inquéritos policiais.

No balcão da sua farmácia, conheceu o viajante Nozor Lauro Lopes de Souza e logo começaram a namorar, resultando no casamento de ambos, ocorrido em 5 de outubro de 1935. Alterou-se, então, seu patronímico inicial – Isabel Rocha Serejo – para Isabel Serejo Sousa. Desse casamento resultou o nascimento de nove filhos: Maria do Socorro Sousa Cutrim, Maria de Lourdes Sousa Araújo, Nozor Lauro Lopes de Sousa Filho, Maria Lúcia Serejo Sousa, Raimundo Umberto Serejo Sousa, Teresinha de Jesus Serejo Sousa, José Ribamar Serejo Sousa, Lourival de Jesus Serejo Sousa e Vera Cleide Sousa Vieira.

Depois do casamento, a farmacêutica passou a ensinar ao marido a arte da manipulação. Em breve, Seu Nozor já dominava todas as lições, pois revelou-se um aluno interessado e curioso.

No balcão ou na manipulação, a farmacêutica Isabel Serejo Sousa sempre se dedicou com entusiasmo à sua profissão e empregou todo o período de sua vida laboral a serviço da comunidade vianense. Muitas vezes, era convidada a comparecer nos colégios para falar sobre higiene e problemas de saúde. Era muito exigente na educação dos filhos, ensinando-os com muita dedicação.

Toda a sua vida profissional e familiar foi vivida em Viana, sua terra afetiva e berço natal dos seus nove filhos.

Por Joaquim de Oliveira Gomes, Membro Titular da Cadeira nº 5 da AVL

Patrono: Padre Manoel Arouche.