José Ribamar Alves

Em 26 de novembro de 2005, o fotógrafo Ribamar Alves foi a personalidade homenageada pela AVL com a placa  “Honra ao Mérito Vianense”.

A acadêmica Vitória Santos proferiu a saudação a este premiado artista plástico que, através da fotografia, divulgou o nome de sua cidade pelo país afora.

Leia abaixo a matéria publicada no Renascer Vianense (edição n° 11) sobre o trabalho e a trajetória deste fotógrafo filho de Viana:

José de Ribamar Alves é o fotógrafo profissional maranhense mais premiado e respeitado da atualidade. Quase uma espécie de mito. E não é para menos. São dezenas de premiações recebidas nas mais variadas exposições e salões de fotografias do Brasil e do exterior.

Filho do alfaiate Benício Franco Alves e Clara de Sousa Alves, Ribamar Alves, como é mais conhecido, criou-se numa Viana pacata, alegre e cheia de tradições culturais. Das recordações mais agradáveis dessa infância feliz sobressaem-se as longas pescarias que fazia na companhia do pai. Para um garoto sensível, cercado pela natureza exuberante e pela vida simples daquela época, é natural que desenvolvesse uma forma peculiar de olhar o mundo e de captar a realidade à sua volta. Essa sensibilidade, despertada e cultivada na cidade natal, lhe acompanharia por toda a vida e se transformaria em sua principal ferramenta, na delicada arte de fotografar.

Os estudos – Certo dia, convidado pelo tio Pedro Viégas para estudar em São Luís, o jovem pré-adolescente não teve dúvidas. Era a oportunidade para tentar realizar, um dia, o sonho de se tornar engenheiro. Na capital foi matriculado no extinto Colégio Ateneu Teixeira Mendes, onde logo se destacaria por sua inteligência e vivacidade. No meio do ano letivo da 3ª série primária foi transferido para a 4º, ganhando inclusive uma bolsa de estudo. Ao final do ano, depois de aprovado em 1° lugar no exame de admissão ao curso ginasial, resolveu prestar seleção para a Escola Técnica Federal (atual Cefet), conseguindo também ali a 1ª colocação.

A mudança para o Rio de Janeiro – Em 1948, após a conclusão dos cursos Industrial Básico e de Formação de Técnicos em Construção de Máquinas e Motores, aos 21 anos de idade, Ribamar partiu para o Rio de Janeiro, decidido a cursar Engenharia (no Maranhão, nesse tempo, só existiam as Faculdades de Direito e de Farmácia). Após oito dias de viagem, a bordo do navio “Taité”, o jovem vianense desembarcava na “Cidade Maravilhosa”, contando com a ajuda de um único conhecido, o xará José de Ribamar Corrêa, que lhe conseguiria hospedagem numa casa de estudantes com direito a refeições gratuitas por 30 dias.

Cheio de vontade, Ribamar conseguiu seu primeiro emprego no jornal Folha Carioca, como carimbador. Foi um período difícil e de grandes privações, mas nada que o fizesse desistir de seu ideal. Nos intervalos do trabalho, aproveitava para estudar as apostilhas preparatórias para o vestibular de Engenharia. E como a sorte sempre sopra a favor dos que sabem lutar, um belo dia o jovem batalhador caiu nas graças do dono do jornal, o empresário Jorge Chamman, que se sensibilizou com sua garra e lhe promoveu a redator, melhorando assim sua renda.

O curso de Engenharia Civil – Tempos depois, aprovado em 1º lugar no concurso para o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC), transferiu-se para a capital do Paraná, onde prestaria o vestibular e cursaria o 1º e o 2° ano de Engenharia. De volta ao Rio de Janeiro, concluiu finalmente o curso pela tradicional Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil. E foi justamente, nesse período, que o futuro engenheiro despertou o dom para a fotografia, ao ingressar na Associação Cinematográfica da referida escola.

O engenheiro-fotógrafo – Formado, o novo engenheiro não abandonaria o interesse pela fotografia, filiando-se à Associação Brasileira  de Artes Fotográficas (ABAF).

Uma de suas primeiras fotos, a qual retratava os pescadores vianenses em plena atividade, rendeu-lhe o 2º lugar num dos concursos promovidos por aquela associação. Daí por diante, a paixão pela fotografia lhe ocuparia cada vez mais o tempo e lhe proporcionaria as maiores alegrias e realizações.

Ribamar Alves, após uma temporada na cidade de Alcântara, reside atualmente em São Luís. Aposentado e pai de cinco filhos, o veterano fotógrafo, ao longo de sua trajetória profissional, nunca esqueceu de direcionar as lentes de suas câmeras para eternizar paisagens, tipos, cenas cotidianas e principalmente a arquítetura de uma Viana que não teve a sorte de se perenizar no tempo.

Entre as incontáveis premiações do fotógrafo vianense, destacam-se:

Medalha de Ouro, em Bordeaux (França), com a fotografia “Carro de Bois”, feita em Viana, 1985.

Medalhas de Ouro (Cisne Branco) – Salão de Artes Plásticas da Escola Naval (Rio de Janeiro) – 1983/1984/l985.

Medalhas de Ouro – Salão Internacional de Jaú (São Paulo) – 1985/1987/1991.

Medalha de Ouro – Salão de Artes Plásticas da Polícia Militar do Rio de Janeiro – 198ó.

Medalha de Ouro – Salão de Artes Plásticas da SBBA (Rio de Janeiro) – 1990.

Medalha de Ouro – Salão do Foto Clube de Volta Redonda (RJ) -1989.

Medalha de Ouro – Salão do Foto Clube de Nova Friburgo (RJ) – 1987.

Medalhas  de Ouro e  Prata  – Salão Iris Foto Clube (São Paulo) -1984.

Medalhas de Ouro e Bronze – Foto Clube de Londrina (PR) -1986.

Medalha de Ouro – Foto Clube do Paraná- 1990.

Medalha de Ouro – Sociedade Fluminense de Fotografia (Niterói/RJ)-1991.

Medalha de Ouro – Foto Clube Gaúcho (RS) – 1994.

1º lugar no concurso promovido pela revista “Realidade”, sob o tema “Nosso País”, com a foto Simetria à Vela, feita em Viana.

Enfim, são mais de 50 premiações em ouro, prata e bronze, distribuídas em competições nacionais e internacionais, cujo somatório lhe proporcionou o título de Artista Honorifico da FIAP, com sede em Bordeaux (França) e membro da PSA (Estados Unidos).

Por Luiz Alexandre Raposo

Algumas imagens históricas captada pelas lentes do premiado fotógrafo em Viana

Prefeitura de Viana com a fachada original de azulejos portugueses

Casarão azulejado que foi sede dos Correios

O mesmo casarão já em ruínas

Crepúsculo no lago de Viana