Luiz Alexandre Brenha Raposo

Sabe-se que Sócrates, um dos maiores pensadores da história da humanidade, era filho de Fenareta, uma das parteiras de Atenas.  Com sua mãe, o filósofo ateniense aprendeu a arte da maiêutica das ideias. Certamente Dona Enedina soube ensinar ao menino Luiz Alexandre a mesma arte da maiêutica, para que ele sempre repassasse para seus pares, discípulos e amigos a nobre arte de pensar.

Vianense de cultura multifacetada, sétimo e último filho do saudoso casal José Cursino da Silva Raposo e Enedina Brenha Raposo, Luiz Alexandre Brenha Raposo nasceu em Viana, na manhã do dia 21 de agosto de 1953.

Seus primeiros passos no antigo curso primário foram ensaiados na Escola Paroquial Dom José Delgado, pelas mãos das professoras Didi Magalhães e Edith Silva. Depois de passar pelo Ginásio Professor Antônio Lopes, de tanta tradição em nossa querida Viana, rumou para São Luís em 1970, onde concluiu o 2º grau no excelente Liceu Maranhense, em 1972.

Um passo a mais, impulsionado pela ânsia do saber, migrou para a cidade de Recife, a fim de cursar Engenharia de Pesca, concluído em 1979 pela Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Durante o período estudantil em Recife, nos terríveis anos de chumbo da ditadura militar, engajou-se, com fé e coragem, na Pastoral da Juventude Universitária, espelhando-se na figura extraordinária de Dom Helder Câmara, figura ímpar de apóstolo socioreligioso, um brasileiro defensor da liberdade como poucos.

Voltando para as glebas ludovicenses, Luiz Alexandre participou da Juventude Universitária Autêntica Cristã (JUAC) – sob orientação espiritual de outro líder carismático que foi o Padre João Mohana – enquanto se graduava, também, em Comunicação Social (especialização em Jornalismo), em 1981.

Inconformado, buscou mais horizontes. Assim, em 1982, depois de regressar dos Estados Unidos, decidiu tentar uma experiência vocacional, a caminho do sacerdócio, ingressando no seminário maior dos Padres Sacramentinos, em São Paulo. Ali ainda faria dois semestres de Filosofia e Teologia no Mosteiro de São Bento, antes de reconhecer que seria mais útil aqui fora, em meio à sociedade civil.

Em visita a Viana, após longos anos de ausência, constatou o abandono em que se encontrava a cidade, obra do descaso de administradores frios e destituídos de amor à terra mãe. Indignado com essa triste realidade, iniciou um trabalho de redescoberta e revalorização do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural vianenses. A jornada começou, em 1997, pelo resgate da vida e obra de nossa imortal Dilú Mello, chegando mesmo a trazê-la para rever a terra natal no ano seguinte (fato que se constituiu num marco festivo para a cidade). Nessa empreitada, contou com a parceria do cantor e compositor, Rogeryo du Maranhão

Como amante da fotografia desde menino, Luiz Alexandre passou então a fazer uso desta nata sensibilidade, a fim de denunciar o total descaso das autoridades constituídas para com o patrimônio histórico da Cidade dos Lagos. Depois de colecionar extenso acervo fotográfico, promoveu (em parceria com outro artista vianense, Ribamar Alves) uma exposição que levou o nome de “Dilapidação do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Viana”, realizada em novembro de 1999, no Museu Histórico do Maranhão, em São Luís, oportunidade em que lançou uma coleção de dez postais com vistas de nossa cidade.

Em 2001, teve oito de suas fotografias, para orgulho dos vianenses, estampadas em cartões telefônicos (Série Cidades do Maranhão), dentro do projeto cultural da TELEMAR, que visava a divulgação das riquezas naturais e arquitetônicas do Estado.

Nesse mesmo ano publicou, como resultado de cinco anos de intensa pesquisa, o livro biográfico da musa vianense, cantora e compositora “Dillú Mello – um expoente da música brasileira”.

Ao longo dos últimos 15 anos, Luiz Alexandre escreveu inúmeras matérias sobre Viana e seu patrimônio histórico-cultural nos jornais O Estado do Maranhão, O Imparcial e na Revista JP Turismo. Em 2011 lançou o livro ilustrado Viana – 250 anos de memória com belas fotografias dos patrimônios histórico, ambiental e humano-cultural da cidade. Seu terceiro livro, Memórias de América Dias, foi lançado em abril de 2012.

Membro fundador e atual presidente da Academia Vianense de Letras (em sua 4ª gestão consecutiva), Luiz Alexandre Raposo é o titular da Cadeira nº 9 (patroneada por Dillú Mello) e o o redator responsável pelo jornal O Renascer Vianense, órgão de divulgação da AVL.

Por Heitor Piedade Júnior