Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro

Sexta filha do casal Manoel de Jesus Travassos e Maria José Rodrigues Travassos, Maria de Fátima Rodrigues Travassos nasceu em Viana, no dia 21 de setembro de 1958, sob os cuidados profissionais da parteira Maria do Espírito Santo Neves, mais conhecida como “Mãe Santinha”.

Como a maioria dos membros da AVL, Fátima também fez o curso primário no tradicional Grupo Escolar Estevam Carvalho e o ginasial no Ginásio Antônio Lopes. Estudou na Escola Normal N. S. da Conceição até o 2º ano, transferindo-se, em 1976, para São Luís, onde concluiu o curso normal no Liceu Maranhense.

Em janeiro de 1977 foi aprovada para o Curso de Letras e em julho do mesmo ano submeteu-se a novo vestibular, desta feita para o Curso de Direito, ambos da UFMA. De início, a estudante universitária ainda tentou freqüentar simultaneamente os dois cursos, mas acabou abandonando o primeiro para dedicar-se exclusivamente ao segundo. Em 1980, mudou-se para Brasília, bacharelando-se ali, em Direito, pela Universidade do Centro Unificado de Brasília (UNICEUB), em julho de 1981.

Dois anos depois, a jovem advogada casou-se com Robério Geraldo Pimenta Ribeiro, nascendo dessa união suas duas filhas: Fabéri e Tarsila. O ingresso no Ministério Público, através de concurso, somente aconteceria em 1987. E mesmo com as filhas pequenas, Fátima assumiu por dois meses, como Promotora de Justiça substituta, a Comarca de Pedreiras. Logo em seguida foi titularizada para a distante Comarca de Riachão, atuando ali em defesa dos direitos da coletividade por quase dois anos.

Removida para a Comarca de Dom Pedro, em 1989, a nova promotora liderou, naquela cidade, diversas atividades pertinentes ao seu trabalho, como um seminário sobre meio ambiente e drogas e a criação (com o apoio local da Câmara de Vereadores) do 1º Conselho Municipal de Entorpecentes do Maranhão, além de ministrar palestras sobre drogas nas Comarcas de Barão do Grajaú e São Luís.

Depois de passar pelas Comarcas de Rosário, Imperatriz, Itapecuru-Mirim e Bacabal, Fátima foi promovida (sempre por merecimento) para a 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Luís, oficiando perante a 1ª Vara da Fazenda Pública por mais de dez anos.

Nesse ínterim, em 1996, Fátima se uniu em segundas núpcias ao advogado conterrâneo Raimundo Nonato Rodrigues Cordeiro. Por esses infortúnios próprios da vida, depois de nove anos de casados, Raimundo faleceu em agosto de 2005.

Eleita presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem) por dois biênios consecutivos (2000/2004), a dinâmica promotora desenvolveu importantes iniciativas em benefício dos associados, como o intercâmbio com outras entidades congêneres, a criação da “Revista da Ampem” e um programa de TV (ambos visando à divulgação do trabalho dos membros do Ministério Público estadual), ou ainda a instituição da Medalha de Honra ao Mérito e a criação da bandeira da associação.

Em setembro de 2003, Fátima foi removida para a Promotoria de Justiça de São Luís Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente, ali atuando por quatro anos, até ser promovida ao cargo de Procurador de Justiça, em novembro último. Por coincidência, para preencher a vaga aberta pela aposentadoria da Procuradora Rosa Maria Pinheiro Gomes (igualmente vianense e igualmente membro da AVL).

Em 13 de junho de 2008, assumiu o cargo de procuradora-geral de Justiça do Maranhão, tornando-se assim a 2ª mulher a dirigir o Ministério Público do Maranhão. Dois anos depois foi reconduzida ao mesmo cargo, somando-se  desse modo quatro anos à frente daquela Instituição, quando teve oportunidade de coordenar importantes trabalhos em defesa dos direitos constitucionais do cidadão.

Fátima Travassos possui um extenso currículo que inclui cursos de pós-graduação (Especialização em Direito Processual Civil, Especialização em Docência na Educação Superior e Inteligência e Gerenciamento de Crises), a presidência da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – comissão do Maranhão (2003/2006), sem falar nas diversas medalhas de “Honra ao Mérito”, e títulos de “Cidadã Honorária” com os quais foi agraciada ao longo de sua trajetória profissional.

O artigo “Audiência preliminar nas ações de interesse da Fazenda Pública”, de sua autoria, ganhou destaque nas revistas Júris Itinera e Revista de Direito Atual, antes da Editora Síntese transforma-lo em livro, publicado em dezembro de 1999.

Membro Fundador da Academia Vianense de Letras (na qual ocupa a Cadeira nº 12, patroneada pelo insigne Celso Magalhães), a católica praticante Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro atribui tudo o que conseguiu à sua fé inabalável em Deus e à educação recebida dos pais.

Por Luiz Alexandre Raposo