Maria Vitória Santos

Bisneta do célebre educador vianense Egídio Rocha e filha do casal Hilton Carlos Santos e Raimunda Amparo Rocha Santos, Maria Vitória Santos, a primogênita de 13 irmãos, veio ao mundo no dia 16 de fevereiro de 1951.

Vivendo uma infância saudável na Viana pacata daqueles tempos, a menina foi alfabetizada pela própria mãe. Em 1959, aos oito anos, ingressou no extinto Grupo Escolar São Sebastião, onde concluiria o curso primário, depois de passar pelas mãos das professoras Maria Antonia Gomes, Maria de Jesus Piedade Rodrigues, Santoca Gomes e Maria Celeste Carvalho Gomes.

Em 1964, após prestar o exame de admissão ao Ginásio Professor Antônio Lopes, a jovem estudante integrou a 4ª turma daquele estabelecimento de ensino a concluir o curso, em 1967. No ano seguinte, ingressou na Escola Normal Colegial Nossa Senhora da Conceição, quando, paralelamente aos estudos, iniciou ainda muito jovem a carreira do magistério na Escola Municipal São Judas Tadeu, então situada no bairro do Moquiço.

Aluna do curso normal numa época em que, sob a direção da professora Rosa Maria Pinheiro Gomes, a escola contava com um corpo docente de alto nível, constituído por religiosas canadenses e experientes professores vianenses, Vitória formou-se em 23/11/1970, aos 19 anos de idade.

Nesse mesmo ano, a jovem normalista respondia pela direção da Escola Zilda Dias, para onde havia sido removida. Em 1971, começou a lecionar português no Ginásio Professor Antônio Lopes, permanecendo ali até junho de 2005. Foram 34 anos de serviços prestados a uma das instituições de ensino mais tradicionais de Viana.

Também trabalhou no extinto Ginásio Bandeirantes (1972/1976), antes de ingressar no quadro de servidores do Estado, como professora do Grupo Escolar São Sebastião. Cinco anos depois, em 1977, deixou a escola para exercer a função de Coordenadora Geral do Complexo Escolar Estadual, cargo ocupado até 1983. Nesse mesmo período, foi credenciada pela Coordenadoria do Ensino de Segundo Grau para receber, da tutela do município, a Escola Normal que passava então para a responsabilidade do Estado.

Em 1974, Vitória casou-se com Pedro Lima Araújo, nascendo dessa união de dez anos Fabia, Hallysson e Fabiane. O segundo casamento com José Reinaldo Cidreira, que já dura 22 anos, trouxe mais dois filhos: Paula e José Reinaldo.

 Sempre preocupada em expandir seus conhecimentos e aperfeiçoar-se profissionalmente, Vitória graduou-se em Letras (1973) e Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar (1983), ambos de licenciatura curta, pela Faculdade de Educação de Caxias (hoje UEMA). Com a chegada do Procad (Programa de Capacitação de Docentes) em Viana, no final da década de 1990, concluiu Letras Licenciatura Plena, em 2001. No seu currículo ainda consta especialização em Gestão Escolar pela Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba), feita à distância, em 2006.

A dedicação e experiência da professora lhe conduziriam ao cargo de Secretária Municipal de Educação (1983/1987), quando teve a oportunidade de conhecer melhor o sistema educacional de todo o município de Viana.

Destacada para a Unidade Escolar Estevam Carvalho desde o final de 1987, Vitória Santos assumiu a direção da escola três anos depois. Consciente de sua responsabilidade, juntamente com todo o quadro de funcionários, sempre lutou para oferecer aos alunos uma educação de qualidade à altura do nome e tradição desse quase secular estabelecimento de ensino vianense.

Considerando-se feliz por pertencer a uma geração que teve a sorte de contar com mestres de grande gabarito e eficiência, como Edith Nair Silva, Maria Antonia Gomes Costa, Luis Carlos Pereira, Maria Inês Serejo Azevedo, Rosa Maria Pinheiro Gomes e tantos outros da mesma envergadura, Vitória acredita na educação como transformadora de mentes e consciências.

“Sou professora por convicção e sempre tomei como exemplo as professoras que tive. Acredito que a educação só acontece quando é feita com compromisso e responsabilidade. Não basta ser professor, é preciso ser educador, adaptando todo aprendizado às transformações advindas das novas tecnologias para se fazer um trabalho mais eficiente e produtivo”, reflete a veterana educadora que acabou sendo conduzida, pelo voto popular, à Câmara Legislativa Municipal para o mandato de 2001/2004.

Por toda uma vida dedicada ao magistério vianense, Maria Vitória Santos tornou-se merecedora de fazer parte da AVL, tendo sido eleita para ocupar, em novembro de 2003, a Cadeira de nº 21, patroneada pela professora Faraíldes Campelo Silva.

Por Luiz Alexandre Raposo